24.12.06

Games: Análise do Need For Speed Carbon


Em 2003, a Electronic Arts revitalizou totalmente a série Need for Speed, tanto em termos de fórmula quanto em termos de atitude. Desde Underground, os jogadores têm mergulhado de cabeça no mundo das corridas ilegais de rua e deixado a adrenalina subir com carros cada vez mais rápidos e “tunados”. Considerando que a nova fase da série já dura quatro anos (e agora, cinco jogos) e da dificuldade de se manter uma franquia dessas sempre fresca e interessante, dá pra dizer que Need for Speed: Carbon é, no mínimo, competente – mesmo não trazendo nada de realmente novo.

A história do jogo (sim, por incrível que pareça, NFSC tem uma história) pega embalo no ponto onde Most Wanted terminou: o “herói” acaba sendo abandonado por seus antigos aliados depois de entregar todos os maiores corredores da cidade de Rockport para a polícia (mesmo que sem querer). Agora, para limpar a sua má fama e recuperar a glória, o protagonista terá de mostrar sua habilidade em outra cidade – Palmont – e, depois de se aliar a uma gangue de corredores locais, mostrar novamente que é o rei das ruas.

Mais do que um simples elemento da trama, as equipes de Need for Speed: Carbon representam o principal foco das novidades do game. Ao invés de ser um corredor destemido e solitário derrubando tudo e todos (quase) sozinho, a jogabilidade no quinto jogo da série se baseia nas relações entre essas gangues. Palmont é dividida em diversos territórios, cada um deles dominado por uma facção diferente, e cenário para diversos desafios, a maioria já conhecidos dos fãs de NFS. Cada vez que um desses desafios locais é vencido, sua equipe progride um pouco mais e se todas as “fases” de uma região forem completadas, o território é seu. Os ataques, porém, não são unilaterais. Quando menos se espera, um corredor inimigo pode tentar tomar o controle de uma das suas bases, e cabe a você tentar barrá-lo na hora ou voltar depois para um contra ataque. Na verdade não existe vantagem (ou sentido) em deixar alguém dominar seu território para ir pegá-lo de volta depois. Em ambos os casos, o desafio é o mesmo e a dificuldade é a mesma... realmente não há muito sentido. Em poucas palavras, o sistema de Carbon é igual ao de War (o jogo de tabuleiro), mas ao invés de soldados, são carros - com a única diferença que os soldados não podem ser tunados.

Infelizmente, essa é a única novidade real trazida pelo jogo, em comparação aos seus sucessores. O jogo ainda oferece um sistema de ajudantes para as corridas, mas na maioria dos casos ele acaba perdendo um pouco o propósito, dada a dificuldade pouco ameaçadora do jogo. É possível contratar corredores aliados para bloquear os adversários, achar caminhos escondidos ou dar vácuo para você ganhar velocidade... mas os únicos realmente úteis são os “paredões” que ajudam tanto a parar carros na corrida quanto para escapar da polícia, que continua desmedidamente insana (às vezes você fica imaginando se eles é que não são os verdadeiros criminosos, de tão kamikazes que são). Os mais aficionados por carros ainda vão ter mais para comemorar: além do padrão de personalização já conhecido da série, a EA incluiu uma nova ferramenta chamada AutoSculpt, que permite que o jogador modifique o carro inteiro, desde o capô até o aerofólio, ampliando as possibilidades ao infinito.

Need for Speed: Carbon também traz uma modalidade inédita, que são as corridas de desfiladeiro - os “estágio de chefe” do jogo. Para subjugar os líderes de cada gangue, você precisa vencer perigosas corridas um contra um, feitas em desfiladeiros estreitos e escuros, e divididas em duas partes. Na primeira, o oponente larga na frente, e o seu objetivo é ultrapassá-lo e ficar na ponta o máximo de tempo que conseguir. Na segunda, acontece o contrário, e você precisa impedir de qualquer forma que o adversário o ultrapasse. Esse provavelmente é o modo mais promissor do jogo inteiro. Além desse modo, as corridas de Drag foram removidas, e as provas de drift (derrapadas) voltaram.

O novo Need for Speed é tudo o que se poderia esperar de uma evolução de Most Wanted: mais bonito, mais opções de customização e mais rápido do que nunca. Sem dúvidas, é um ótimo game que vai agradar aos fãs de corrida, mas não espere ser surpreendido por nada.


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