15.1.07

Games: Games seduzem jovens como o rock nos anos 60

Incompreendidos pela sociedade, desprezados pelos pais, mas adorados pelos jovens.

Os videogames são o rock da geração atual, e seu relacionamento com os músicos norte-americanos é cada vez mais estreito.

De jogos cujo foco é a música, como "Dance Dance Revolution" e "Guitar Hero", a títulos esportivos com trilhas sonoras repletas de astros, como "NBA 2K7", a música vem desempenhando papel cada vez maior nos videogames norte-americanos e, concordam os artistas, oferece uma nova maneira de formar uma conexão com os fãs.

"Ser parte de um videogame é provavelmente a melhor maneira de atingir uma grande audiência, hoje em dia", disse Dave Navarro, guitarrista da Panic Channel e ex-membro dos grupos de rock Jane's Addiction e Red Hot Chili Peppers.

"Eles descobrem a música pelo jogo, enquanto temos as rádios controladas por grandes empresas, a MTV e a VH1 empurrando o que eles consideram como valioso goela abaixo dos consumidores, e ninguém mais tem chance", disse Navarro à Reuters em Los Angeles durante o lançamento de "Guitar Hero II", em novembro.

O jogo vem com um controlador em forma de guitarra e uma lista de canções que inclui "Stop", do Jane's Addiction, e "Free Bird", clássico do Lynyrd Skynyrd. Quando os usuários tocam as notas certas, eles acumulam pontos e vão progredindo, de uma garagem até um estádio gigantesco.

"Guitar Hero" foi um sucesso surpreendente em 2005, e "Guitar Hero II", que saiu no mês passado, vendeu mais de 800 mil cópias nos Estados Unidos, superado apenas pelo líder entre os videogames, "Gears of War".

Os jogos de música e dança registraram vendas de 153 milhões de dólares nos Estados Unidos nos 11 meses até novembro de 2006 -apenas uma fração do total de 4,7 bilhão de dólares em videogames para consoles de mesa e portáteis vendido no país, de acordo com o grupo de pesquisa NPD.

O gênero, porém, está crescendo rapidamente, com vendas 80 por cento maiores do que as registradas no ano anterior, ainda segundo a NPD.

"Dance Dance Revolution" estreou nas casas de jogos eletrônicos japonesas em 1998 e chegou aos consoles de videogames em 1999. Desde então, se tornou um sucesso no país de origem e no exterior.

Enquanto a maior parte dos acordos de música em videogames nos Estados Unidos envolve licenciamento, as produtoras de jogos que estão trabalhando com orçamentos dignos de Hollywood também estão contratando compositores famosos, disse James Mielke, diretor-executivo do site de games 1UP.com, da Ziff Davis Media.

Tommy Tallarico, cujos trabalhos com videogames incluem "Spy Hunter 2" e "Wild 9", é um dos mais bem sucedidos compositores norte-americanos de trilhas sonoras para jogos. Tallarico apresenta o "Video Games Live Concert", que promove shows de orquestra sinfônica em vários países, tocando temas de videogames. O show foi realizado no Brasil, em Rio de Janeiro e São Paulo, em novembro do ano passado.

Ainda sim, a celebridade de Tallarico não se compara à do japonês Nobuo Uematsu, conhecido como o John Williams da indústria dos videogames. Williams é vencedor do Oscar cujos trabalhos incluem temas para "Star Wars" e " Harry Potter".

Uematsu compôs todas as músicas das versões um a nove da famosa série de videogames "Final Fantasy" e participou como co-compositor da produção de "Final Fantasy X", segundo o site Internet Movie Database (ImDb).

Concertos com as músicas da série "Final Fantasy" são populares no Japão e Uematsu realizou o primeiro show de orquestra sinfônica nos Estados Unidos em 2004, em Los Angeles. Ele foi ovacionado pelo público.

http://info.abril.com.br/aberto/infonews/012007/15012007-15.shl

Nenhum comentário: