2.1.07

Tecnologia: Fotolivro resgata velhos álbuns de fotos no século XXI


As máquinas fotográficas digitais, apesar da praticidade, acabaram com um dos símbolos da época da fotografia analógica: o prazer de manusear as imagens impressas. A popularização do acesso à revelação digital abriu espaço para uma nova abordagem: o fotolivro. Tendência mundial trazida para o Brasil há cerca de um ano, o produto agora começa a alcançar o mercado, combinando a tecnologia e a qualidade das impressões digitais com o resgate de antigos costumes.

O fotolivro é um livro com a mesma qualidade dos de fotografia profissionais, mas feito com as imagens de cada pessoa, de forma personalizada. “Ele é, na fotografia digital, a primeira grande novidade no que diz respeito a ver as fotos fora da tela do computador”, conta Marcos Perlman, presidente e fundador da DigiPix, empresa pioneira do ramo no país. “Conseguimos imprimir em offset com baixa tiragem, oferecendo personalização com a mesma qualidade de um livro de livraria.”

A tecnologia da internet colaborou para o desenvolvimento da novidade. A partir de casa, o usuário pode enviar suas fotos para um profissional, ou ele mesmo diagramar seu próprio fotolivro. Facilidade semelhante à possibilidade de mandar relevar suas fotos digitais através da rede, mas com um grande diferencial: a personalização em um álbum.

De acordo com um relatório da Photo Marketing Association, as impressões de fotos digitais aumentaram 61% no último ano, sendo que os pedidos feitos online cresceram 150%. A pesquisa traz dados dos Estados Unidos, onde o fotolivro já tem um mercado consolidado. “Nós trouxemos para o Brasil para mudar o conceito. Não é apenas revelar um bolo de fotos, mas sim contar uma história, colocar a emoção das pessoas em um livro bonito”, explica Perlman.

Suas fotos em um livro
A primeira ressalva feita quando se fala de um livro de fotos personalizado é o preço. Para Perlman, falta às pessoas costume para perder a concepção de que o produto é caro. Um livro mais simples, o chamado fotolivreto, com 20 páginas, sai no varejo por R$25. O carro-chefe, que é um livro maior e com melhor acabamento, sai por cerca de R$100,00, em formato A4, com 20 páginas (com capacidade para 80 fotos).

Há dois modos de ter um fotolivro personalizado: o usuário pode diagramar seu livro com um software gratuito fornecido pela DigiPix, e apenas mandar para a impressão e montagem, ou contratar alguém especializado para fazer a produção. No primeiro caso, empresas como a Fotótica e o Submarino oferecem o serviço, em parceria com a DigiPix, que opera apenas a parte industrial do negócio. “Nós vendemos o serviço a lojistas, que revendem para o consumidor final”, conta Perlman. “Além dessas empresas, também trabalhamos com outras que oferecem o serviço completo, incluindo o design do livro”.

Arlette Gora é uma dessas parceiras. Dona da StoryBook, fundou a empresa para trabalhar com o fotolivro. “Quando conheci o produto, resolvi fazer um de teste e fiquei bastante impressionada com o resultado. Percebi que era um mercado novo, com bastante potencial, e no início de 2006 montei a empresa, com o fotolivro como principal produto”, conta. O perfil dos clientes é bastante variado. Como é um produto personalizado, que não sai tão caro em relação a suas características, Arlette têm clientes que usam o fotolivro como presente para namorados, portfólio para profissionais e lembranças de familias.

A doceira Lara Turkie é uma das clientes que utilizaram o produto para o meio profissional. Sócia de sua mãe na Fifi Doces, encomendou um fotolivro na véspera de um evento da área, com fotos de mesas de doces, principalmente de casamentos. “Foi um sucesso. No evento, queriam comprar o livro, que utilizamos como material próprio de divulgação”, conta Lara.

Para ela, o produto atua como um material bonito de divulgação profissional, que chama muito a atenção das pessoas. “Temos planos de fazer outros, para montar uma série de livros temáticos com os nossos trabalhos.”

No Brasil o mercado do fotolivro ainda está começando, mas a perspectiva é de que ele tenha uma porcentagem importante futuramente. “As pessoas precisavam de uma desculpa para voltar a imprimir fotos. No futuro, esse produto pode substituir parte das revelações normais, em ocasiões especiais. Esse foi um modo de voltar ao hábito antigo de ter álbuns de fotos, de uma maneira mais desenvolvida tecnologicamente, com modernidade”, conta Perlman.

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1405147-6174,00.html

Nenhum comentário: