"GTA IV" não é uma seqüência dos jogos anteriores da série. A nova aventura começa quando Niko Bellic, imigrante do leste europeu, chega à Liberty City (baseada em Nova York) na esperança de começar vida nova e "conquistar a América", contando com as promessas do primo, Roman.
É fácil reconhecer o "ecossistema" consagrado pela série já nos primeiros minutos, quando você chega de navio, é recebido pelo primo e deve dirigir o carro dele até a "mansão" onde vai morar. O carro capenga exige habilidade na direção, e logo aparecem as primeiras viaturas de polícia prontas para perseguir qualquer infrator - seja você, sejam outros moradores da cidade.
O ambiente urbano está mais rico em detalhes. Cartazes nas paredes, lixo no chão, barracas de cachorro-quente (vendido a absurdos US$ 5) e a típica fauna urbana que pode se esperar de uma metrópole cheia de contrastes. Pessoas fumam, reclamam, tomam refrigerante e até batem seus carros sem que você tenha culpa. São o visual e as ferramentas "nova geração" fazendo a diferença nos consoles Xbox 360 e PlayStation 3.
Perco a direção em uma curva e derrubo um poste com um leve esbarrão. Com a mesma "facilidade", invado a calçada e atropelo desde bancos até caixas de jornal. Papéis voam pela tela, espalham-se pela rua. Comparadas a esta "Liberty City", as cidades anteriores parecem caixas de sapato vazias.
Os policiais estão por toda parte. Sem querer, atropelo um velhinho com boina e vou para o xadrez. Mais tarde, depois de tanto bater, meu carro explode, comigo dentro, e acordo na porta do hospital, pronto para recomeçar. Em uma batida mais violenta em um muro baixo, vôo pelo pára-brisa. Eu quero é mais.
Tenho dinheiro para comprar roupas, comida e, em breve, armas. Minha "mansão" não é o que eu esperava - o suficiente para ter onde dormir e assistir à TV. Em breve, dizem, vou ter acesso à internet.
Ganho um celular do primo Roman e posso convidar os amigos para um jantar, sair para jogar dardos, boliche ou passar o tempo (sem armas) em uma casa noturna. Depois de um encontro com Michelle no boliche, levo-a para casa em seu carro. Depois da irresistível série de batidas, o carro "pede para sair", e nós voltamos de táxi; ela triste, mas compreensiva. Pede para que eu ligue qualquer dia, para sairmos novamente. Alguma semelhança com as princesas, os pontos e as "navinhas" dos "joguinhos" de 20 anos atrás?
Pego um copo na rua e jogo na cabeça de um cidadão no ponto de ônibus. Encontro um imigrante russo que se diz rico e me presenteia com US$ 100. Um outdoor de cerveja sugere uma maliciosa relação entre a garota propaganda e a garrafa, enquanto o neon da casa de boliche mostra um pino e duas bolas, estrategicamente posicionadas. Procuro pelas "profissionais do sexo", mas, contrariando rumores, elas não se parecem com Hillary Clinton.
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL428795-6174,00.html
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