Roberto Pinto Martins, em entrevista à Reuters, leva em conta o ritmo com que o formato digital está chegando às cidades brasileiras.
"Belo Horizonte e Rio de Janeiro, dentro do nosso cronograma, poderiam entrar até janeiro de 2010, mas já entraram", cita o secretário. "Se compararmos (a TV digital no Brasil) com a adoção de outras tecnologias ou mesmo com a TV digital em outros países, vemos que isso não acontece da noite para o dia", afirmou.
Para Martins, "na medida em que mais emissoras desenvolverem uma quantidade maior de programas, a população vai ser mais estimulada" a aderir.
Em sua avaliação, a queda nos preços de televisores e conversores também será "um fator importante para a adoção da sociedade".
O secretário cita que, no caso dos conversores, "os preços já caíram mais de 70 por cento", uma vez que na estréia da TV digital, em 2 de dezembro de 2007, havia modelos custando mais de 1 mil reais, enquanto hoje há opções entre 300 e 500 reais.
Ele espera ainda mais queda de preços. "À medida em que as TVs forem saindo das fábricas no modelo digital, os componentes vão ser barateados e os preços vão cair ainda mais" com a economia de escala.
Em relação à quantidade de programação digital por parte das emissoras, Martins cita que "algumas já produzem 15 horas por semana e se preparam para elevar para 20 horas. Estamos em um ritmo bom", opina.
Martins também aponta que "vivemos a substituição dos tipos de tela", já que até pouco tempo predominavam as televisões de tubo e hoje o consumidor caminha para as telas finas de plasma ou cristal líquido.
"A tendência é que quem adquire uma TV de tela fina migre para a TV digital", disse ele. Por isso, na sua avaliação, "muito antes de encerrar a transição, os aparelhos serão todos digitais".
O cronograma do governo prevê que a transição do formato analógico para o digital se encerre em 2016, quando o analógico deverá ser desligado e as frequências devolvidas ao governo.
Sem medo da crise
O secretário acredita que "uma crise é sempre uma crise, mas os dias da TV de tubo estão contados e essa transição vai acontecer de um jeito ou de outro".
Segundo ele, alguns fabricantes estão preocupados com uma possível falta de crédito para financiar sua produção. O governo, diz ele, "está acompanhando para avaliar o impacto no mercado" e ver se é o caso de alguma medida específica.
Ele estima que a interatividade, que vai permitir que o consumidor interfira na programação, faça compras ou acesse serviços bancários pela TV, por exemplo, deve se tornar realidade no primeiro semestre de 2009.
"Esse é um dos elementos que pode incrementar o interesse do público", afirmou.
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