O dilema sobre o uso embalagens plásticas segue na indisposição do mercado. Há pouco mais de quarenta anos, seres humanos sabem que tais produtos degradam o ambiente, porém, são os mais baratos.
Algumas tentativas para substituir o composto não-biodegradável e, por vezes, tóxico, foram em
vão nos últimos anos pelo altíssimo custo e baixa qualidade, mas agora, pesquisadores da Alemanha e até do Brasil garantem que a solução amiga da natureza está na chamada ‘madeira líquida’. Ou ainda, Arboform, como o Instituto de Tecnologia Química e a companhia Tecnaro, ambas relacionadas à organização de pesquisa alemã Fraunhofer-Gesellschaft, batizaram o invento.
A vantagem do achado, dizem os cientistas, é que pode ser moldado como o plástico e é biodegradável. Ele é obtido a partir da mistura de madeira à base de lignina (encontrado nas plantas terrestres, é um polímero natural que representa 30% da substância de cada árvore ou de cada planta de madeira) e pode ser misturado com linho, cânhamo (fibra que se obtém a partir da Cannabis), fibras de madeiras e outros aditivos.
A solução se torna rentável, pois a lignina é um dos três componentes principais da indústria de celulose de madeira e que não é necessária para a fábrica do papel. Misturado com fibra ou cera, então, o material produz um granulado que pode ser derretido e moldado. O Brasil, por ter natureza privilegiada, foi um dos primeiros países a contar com a madeira líquida (ou resina injetável à base de madeira), com operações da Tecnaro desde 2004.
Alguns produtos como painéis de carros, eletro-eletrônicos, cosméticos e outros bens-duráveis já contam com a nova tecnologia química. Segundo a Tecnaro, as indústrias de termoplásticos não precisariam mudar seus equipamentos para explorar a lignina e moldar os produtos, pois pode ser colocada na mesma posição de processamento de plástico, mas com a madeira quente.
Apesar dos benefícios ambientais, como a possibilidade de não acumular CO2 na atmosfera em um ciclo fechado, algumas produções em larga escala ainda não compensam para o mercado ´viciado´ no plástico, de acordo com Alberto Rejtman, responsável pela Tecnaro no Brasil: “Em algumas aplicações pode substituir o plástico sim, noutras não devido ao alto custo”.
Em resposta ao título da notícia, talvez, a melhor resposta seria um “ainda não”. Porém, com a expansão da tecnologia, os novos experimentos e o aumento da consciência ambiental, a situação pode ser mais favorável em um futuro próximo. “Nosso objetivo a médio prazo é armar uma unidade de fabricação no Brasil adaptando a formulação com insumos nacionais”, diz Alberto, em uma proposta que poderia aumentar o custo-benefício da aplicação.
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