Leitores de telas e de livro ajudam na inclusão digital de deficientes visuais. Transformação de texto em voz é principal recurso utilizado.
Imagine não poder utilizar o mouse do computador para acessar a internet e realizar outras tarefas no PC. Tão comum para os usuários “convencionais”, esse dispositivo é simplesmente inútil para uma parcela da população que utiliza cada vez mais a web: os deficientes visuais. Na era da internet, essas pessoas tiveram de fazer adaptações para acessar os dados digitais, abandonando, por exemplo, o mouse para navegar apenas com o teclado.
Marco Antonio de Queiroz, consultor sobre acessibilidade a pessoas com deficiência e cego há 30 anos, criou seu próprio site e tem um acesso bastante convencional à web. Para isso, ele conta com o teclado e com softwares que lêem o que está escrito na tela. “Grande parte das tecnologias voltadas aos deficientes visuais consistem na transformação daquilo que está escrito em áudio”, afirmou ao G1.
Os leitores de tela, que possibilitam o acesso às páginas na internet, comunicação através de e-mails, envio de arquivos e o uso de outros programas, funcionam lendo o código HTML (linguagem de programação do site), indo da esquerda para a direita e de cima para baixo. “Para acessar o conteúdo de um site, a pessoa sem visão precisa navegar de link em link, com a tecla "tab", até chegar à informação que deseja. Existem recursos que permitem pular alguns links, tornando o processo mais rápido”, conta o consultor.
Como o software transforma em áudio o código da página, ele não descreve o que é exibido em uma imagem, apenas lê o que ela representa como código -- "foto" ou "gráfico", por exemplo. "Isso dificulta a compreensão. Em uma imagem com link, por exemplo, só é possível saber ao que ele leva se a página tiver acessibilidade, com um texto junto ao código que descreva seu conteúdo”, conta Queiroz. O programa avisa qual é o tipo de estrutura pela qual está passando, notificando, por exemplo, se há uma caixa de texto. Para fazer a seleção, o clique do mouse é substituído pelo "enter".
Marco Antonio de Queiroz, consultor sobre acessibilidade a pessoas com deficiência e cego há 30 anos, criou seu próprio site e tem um acesso bastante convencional à web. Para isso, ele conta com o teclado e com softwares que lêem o que está escrito na tela. “Grande parte das tecnologias voltadas aos deficientes visuais consistem na transformação daquilo que está escrito em áudio”, afirmou ao G1.
Os leitores de tela, que possibilitam o acesso às páginas na internet, comunicação através de e-mails, envio de arquivos e o uso de outros programas, funcionam lendo o código HTML (linguagem de programação do site), indo da esquerda para a direita e de cima para baixo. “Para acessar o conteúdo de um site, a pessoa sem visão precisa navegar de link em link, com a tecla "tab", até chegar à informação que deseja. Existem recursos que permitem pular alguns links, tornando o processo mais rápido”, conta o consultor.
Como o software transforma em áudio o código da página, ele não descreve o que é exibido em uma imagem, apenas lê o que ela representa como código -- "foto" ou "gráfico", por exemplo. "Isso dificulta a compreensão. Em uma imagem com link, por exemplo, só é possível saber ao que ele leva se a página tiver acessibilidade, com um texto junto ao código que descreva seu conteúdo”, conta Queiroz. O programa avisa qual é o tipo de estrutura pela qual está passando, notificando, por exemplo, se há uma caixa de texto. Para fazer a seleção, o clique do mouse é substituído pelo "enter".
* Alternativas
São quatro os principais softwares desse tipo utilizados no Brasil, sendo dois nacionais, um deles gratuito: o Dosvox, produzido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e disponível no site da instituição. “Ele é o que tem menos recursos, mas possui vários programas e é muito simples de manipular. A pessoa não precisa decorar muita coisa, por isso é fácil para quem está começando a utilizar o sistema”, conta.
Os outros leitores mais utilizados são o brasileiro Virtual Vision, além dos estrangeiros Windows Eyes e Jaws for Windows -- este último, o mais utilizado no mundo.
Uma novidade implementada pela Receita Federal neste ano mostra que a acessibilidade deve se tornar cada vez mais presente nos sites de serviço: pela primeira vez, o software para a declaração do Imposto de Renda trouxe uma adaptação para ser interpretado por leitores de tela. Já no mundo off-line, uma exposição de Portinari leva as obras de arte até os deficientes visuais.
Para o consultor, a acessibilidade faz com que pessoas com deficiência visual se tornem "cidadãos mais comuns", podendo adquirir conteúdo via internet. Um exemplo dessas páginas é a Bengala Legal, de Queiroz, que tem diversos artigos, fotos, poesias, notícias, links e é totalmente acessível.
Os outros leitores mais utilizados são o brasileiro Virtual Vision, além dos estrangeiros Windows Eyes e Jaws for Windows -- este último, o mais utilizado no mundo.
Uma novidade implementada pela Receita Federal neste ano mostra que a acessibilidade deve se tornar cada vez mais presente nos sites de serviço: pela primeira vez, o software para a declaração do Imposto de Renda trouxe uma adaptação para ser interpretado por leitores de tela. Já no mundo off-line, uma exposição de Portinari leva as obras de arte até os deficientes visuais.
Para o consultor, a acessibilidade faz com que pessoas com deficiência visual se tornem "cidadãos mais comuns", podendo adquirir conteúdo via internet. Um exemplo dessas páginas é a Bengala Legal, de Queiroz, que tem diversos artigos, fotos, poesias, notícias, links e é totalmente acessível.
* Leitura
Outros softwares para os deficientes visuais são os áudio-livros, que passam as histórias escritas para o som. Em destaque, há aqueles que utilizam a tecnologia Daisy(sigla em inglês para sistema digital de informação acessível), que transforma o livro em um arquivo de MP3, geralmente com uma interpretação de um artista. “Se for reproduzido em um computador, o texto do livro é exibido simultaneamenta na tela, em tamanho ampliado, para pessoas com visão prejudicada que gostam de ler”, explica Queiroz.
Segundo ele, também existem outros programas para transformar um texto em áudio, com tecnologia menos sofisticada que a do áudio-livro, mas com uma voz mais humanizada que a dos leitores de tela tradicional -- isso pode deixar a escuta mais confortável.
Outras coisas bastante simples também precisam ser transferidas para o sistema sonoro, quando o equipamento é utilizado por deficientes visuais. Existem relógios, por exemplo, que “falam” as horas. Além disso, apesar da internet, o sistema de leitura braile não foi substituído. “As impressoras em braile são úteis para a leitura de pequenos textos. Em grande quantidade, acabam saindo caros e vale mais a pena utilizar os leitores de tela”, conta Queiroz.
Segundo ele, também existem outros programas para transformar um texto em áudio, com tecnologia menos sofisticada que a do áudio-livro, mas com uma voz mais humanizada que a dos leitores de tela tradicional -- isso pode deixar a escuta mais confortável.
Outras coisas bastante simples também precisam ser transferidas para o sistema sonoro, quando o equipamento é utilizado por deficientes visuais. Existem relógios, por exemplo, que “falam” as horas. Além disso, apesar da internet, o sistema de leitura braile não foi substituído. “As impressoras em braile são úteis para a leitura de pequenos textos. Em grande quantidade, acabam saindo caros e vale mais a pena utilizar os leitores de tela”, conta Queiroz.
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