Pessoas que sofrem de paralisia grave poderão encontrar novas oportunidades, de consumo, trabalho ou amizade, no mundo virtual Second Life, simplesmente através do pensamento, caso as experiências que estão sendo conduzidas por uma universidade japonesa tenham sucesso.
Em recente demonstração, Junichi Ushiba, professor associado da Universidade Keio e diretor do projeto, demonstrou de que maneira eletrodos afixados ao couro cabeludo podem registrar as alterações elétricas associadas à atividade cerebral.
Os dados podem ser interpretados por um computador, o que permitiria a um usuário manipular seu personagem online pelas ruas do Second Life sem usar um teclado ou mouse. "Quando as pessoas estão paralisadas, evidentemente suas vidas se tornam limitadas", disse Ushiba, enquanto um de seus alunos de pós-graduação realizava um passeio virtual pelas ruas históricas de uma Kyoto virtual, a antiga capital japonesa, sem mover um músculo.
"Mas com essa tecnologia podemos interpretar a intenção de movimento, permitindo que eles vão às compras no Second Life ou até mesmo abram negócios próprios", afirmou.
A Linden Labs, que opera o Second Life, informou que o mundo virtual -no qual transações comerciais podem ser executadas em uma moeda própria, o dólar Linden, conversível a dólares reais- tem meio milhão de visitantes regulares.
Ushiba, que dedica parte do seu tempo ao trabalho em um centro médico de reabilitação, espera que seja possível testar o sistema com pacientes que sofrem com paralisia já no ano que vem.
O projeto está em estágio inicial e os estudantes que estavam experimentando o sistema tiveram de treinar por algum tempo e encontrar os melhores pontos em seu couro cabeludo para os eletrodos do sistema, antes que pudessem sair passeando pelo mundo virtual.
"A coisa mais importante é a concentração. Você realmente não pode pensar em qualquer outra coisa", disse Yasunari Hashimoto, 23, depois de demonstrar o sistema.
Perder a concentração pode fazer com que o avatar se jogue de um penhasco virtual ou caia no mar.
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