Rádios transistores menores que um grão de areia, fabricados a partir de nanotecnologia, podem não apenas sintonizar relatórios de tráfego, como também superar os atuais aparelhos eletrônicos baseados em silício, disseram pesquisadores norte-americanos nesta semana.
Os pesquisadores fabricaram um rádio microscópico a partir de nanocondutores de carbono -- pequenos fios de átomos de carbono -- que, em teoria, podem levar ao desenvolvimento de dispositivos mais rápidos. Eles superaram uma série de obstáculos que têm impedido os esforços para fabricação de nanorádios, incluindo obter amplificação, usando a tecnologia do quartzo.
Em um teste, os pesquisadores ligaram um dos rádios com transistores de nanotubos a uma estação de rádio de Baltimore e captaram o sinal do tráfego. "Nosso objetivo não é fazer pequenos rádios simplesmente, mas realmente desenvolver nanocondutores como um semicondutor de melhor performance", disse John Rogers, professor de ciência material e engenharia na Universidade de Illinois.
Ele afirmou que os dispositivos são feitos para mostrar uma nova forma de criar nanocondutores de carbono em uma fila perfeitamente alinhada, parecidos com um fio de cabelo liso. Esses fios são cem mil vezes menores do que a espessura do fio de cabelo humano, formando uma fina camada de material semicondutor que pode ser utilizada em aparelhos eletrônicos e circuitos.
"O rádio é realmente um passo adiante na criação de uma nova tecnologia eletrônica", disse Rogers, cujo estudo aparece nos Procedimentos da Academia Nacional de Ciências. "Estamos interessados em nanocondutores não porque eles são pequenos, mas porque o tamanho pequeno possibilita algumas propriedades eletrônicas que são bastante atraentes", afirmou Rogers. "É possível fabricar um aparelho mais rápido".
Segundo ele, a chave para o trabalho era obter controle sobre o formato que os condutores (tubos) tomam e como eles são configurados. Os pesquisadores fabricam os condutores combinando carbono e calor e um catalisador numa placa especial que alinha os tubos de forma apropriada. "Há milhões deles nessas estruturas perfeitamente alinhadas", explicou Roger.
Depois de montarem a estrutura de condutores, ele afirmou que o resto do processo é muito similar a fabricar eletrônicos usando os processadores convencionais de silício.
Os pesquisadores trabalharam em conjunto com engenheiros de eletrônicos de radiofreqüência da Northrop Grumman Corp Electronics Systems em Linthicum, Maryland, para montar e testar os rádios. Eles são constituídos de dois amplificadores de radiofreqüência, um mixer de radiofreqüência e um amplificador de áudio, todos feitos de materiais de nanotubos de carbono.
Fones de ouvido de tamanho normal são conectados diretamente à saída do transistor feita do material de nanotubos. A antena usada tem tamanho convencional.
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL280189-6174,00.html
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