3.2.08

Especialistas em tecnologia criam fábrica de chocolate


A fábrica de chocolates Tcho, que será inaugurada em junho, tem a missão de juntar a cultura gastronômica de São Francisco com as características do pólo tecnológico do Vale do Silício -- ambos na Califórnia, Estados Unidos. A empresa foi criada em parceria por Louis Rossetto, fundador e ex-presidente da revista de tecnologia “Wired”, e Timothy Childs, cuja empresa anterior fornecia equipamentos de alta tecnologia para a Nasa (agência espacial dos EUA).

Os empresários pretendem colocar a fábrica -- voltada exclusivamente à produção de chocolate amargo -- no roteiro turístico de São Francisco. Além de produzir, o espaço terá uma loja para a venda dos produtos. “As pessoas poderão vir aqui para experimentar chocolate ou aprender mais sobre o produto. Queremos criar um ambiente interativo para pessoas com interesses diferentes”, afirmou Childs ao programa Mundo S/A

Enquanto o local não fica pronto, os empresários vendem em seu site chocolates beta, ainda em fase de testes, como fazem as empresas de tecnologia antes de lançar oficialmente seus produtos. A página tem um espaço para que os consumidores coloquem os comentários sobre o chocolate e esse feedback é avaliado pela direção da empresa. Com base na impressão de seus clientes, os funcionários da Tcho vão “temperando” a receita do produto.

Childs estuda o universo dos grãos de cacau há sete anos. “O chocolate requer muita técnica e muita ciência também, desde o plantio até o processamento, passando pelo desenvolvimento do sabor. Há também muita tecnologia envolvida”, afirmou o empresário que viajou o mundo em busca de cacau orgânico de boa qualidade. Atualmente, os grãos comprados pela empresa vêm de diversos países: Peru, Costa Rica e Madagascar, entre outros. A máquina para produção foi importada da Alemanha.

Currículo

Childs, o criador da receita, trabalhava com foguetes quando o Columbia explodiu, em 2003. Logo depois disso, ele decidiu mudar de vida radicalmente. “Foi triste, um acidente lamentável. Mas naquele momento, decidi me dedicar ao chocolate.”

Procurando investidores para o projeto, ele encontrou seu velho amigo Rossetto. O fundador da “Wired” tinha muita experiência com tecnologia e também estava disposto a mudar de vida – tanto que vendeu sua publicação. “Amava o que fazia e tenho orgulho de a revista ainda estar aí e ser boa. Mas agora a minha obsessão, o que me conquistou, é o chocolate.”

Ao contrário de seu sócio, Rossetto não entra no laboratório. Seu papel é encontrar o melhor cacau do mundo para fazer chocolate – em português, língua que aprendeu durante os quatro meses que morou no Brasil, ele pede que os produtores locais entrem em contato, caso seu cacau orgânico seja de boa qualidade. Responsável pela administração da Tcho, o fundador da revista de tecnologia fez questão de levar para sua nova empresa a linguagem, o estilo e os profissionais do Vale do Silício.

A Tcho começou pequena, apenas com 15 funcionários. E, ao sair em busca de financiamento, seus fundadores encontraram 57 amigos dispostos a colaborar com pequenas quantias – hoje, todos são sócios da fábrica.

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL282302-6174,00.html

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