3.2.08

Reputação de diretor da Microsoft está em jogo, diz jornal


A reputação do diretor-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, está em jogo, afirma o site do jornal El País. Depois da oferta de compra feita ao Yahoo na sexta-feira, Ballmer teria diante de si o maior desafio em seus 28 anos na empresa.

O executivo tem como única alternativa para melhorar o desempenho da Microsoft no mercado de publicidade na Internet, por meio dos buscadores, a fusão com o Yahoo. E nesse "jogo" o objetivo maior é fazer frente ao Google, líder no segmento.

Desde o dia do anúncio da oferta de compra, as opiniões se dividem. Para David Mitchell, da empresa de análise de mercado Ovum, abre-se finalmente uma porta para negociações. "A Microsoft precisa se assegurar de que não ofereceu dinheiro demais pelo Yahoo", afirma o analista.

O valor divulgado foi de US$ 44,6 bilhões, cerca de US$ 31 por ação. O que é pouco se for levado em conta o que valia o Yahoo na época do "boom" tecnológico, quando era líder e suas ações eram vendidas por US$ 118. Mas a opinião de muitos analistas não é favorável a oferta da Microsoft. "Larry Page y Sergey Brin podem dormir tranqüilos", afirma Colin Gillis, analista da Canaccord Adams de NovaYork. "Não concordo com a proposta, pode provocar queda no preço das ações tanto da Microsoft como do Yahoo", acrescenta Jane Snorek, da First American Funds.

Além disso, as duas empresas têm culturas completamente diferentes. A operação vai contra a cultura interna da Microsoft, mas pelo menos faz sentido em dois aspectos. A engenharia da Microsoft permitirá que o Yahoo lance seus produtos no mercado com mais rapidez, acabando com a primeira vulnerabilidade diante do Google. Por sua vez, a Microsoft contará com a capacidade técnica do buscador Yahoo, que dará potencial para freiar o crescimento do Google.

Ainda de acordo com o site do jornal El País, a tendência é que a união das empresas se consolide, já que no atual momento é muito difícil competir com o Google. Na Wall Street, a Microsof é vista como um grande gorila, enquanto o Yahoo é visto como um grupo de chipanzés: a gigante da informática conta atualmente com 80 mil empregados, enquanto o Yahoo tem 14,3 mil trabalhadores.

Diante desse panorama, a operação é um "teste" praticamente definitivo para Ballmer. Muitos analistas acham que essa manobra é uma mostra da incapacidade do executivo da Microsoft em conquistar uma fatia nos novos caminhos que se abrem no universo da tecnologia, e em saber o momento exato de ter entrado na "Terra Prometida" da publicidade na web.

http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2322243-EI4795,00.html

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