25.2.08

Fundador do Google diz que oferta da Microsoft pelo Yahoo é 'perturbadora'

Um dos fundadores do Google, Sergey Brin, criticou duramente na última quinta-feira (21) a oferta feita pela Microsoft para compra do Yahoo. Segundo ele, a oferta – classificada como “perturbadora” – é uma manobra que ameaça a possibilidade de inovações na internet.

Brin ressaltou que, na visão da empresa líder dos sistemas de busca on-line, uma possível aquisição poderia violar leis antitruste e ir contra os usuários da web.

“A internet evoluiu a partir de um ambiente livre, que criou uma grande diversidade de empresas”, declarou Brin à agência de notícias Associated Press. “Quando você começa a ter companhias que controlam itens como o sistema operacional e os browsers (navegadores), e que se associam aos principais sites, isso pode ser usado para manipular assuntos de diferentes formas. Eu acho isso perturbador”, completou.


Abusos

Logo após a Microsoft revelar sua oferta de aproximadamente US$ 45 bilhões para comprar o Yahoo, no início de fevereiro, o chefe do departamento judicial do Google, David Drummond, havia argumentado que uma união entre duas companhias que controlam alguns dos mais movimentados setores da internet poderia levar a abusos. Segundo ele, o fato limitaria a possibilidade de acesso a produtos concorrentes, desde e-mails até serviços de comunicação em tempo real.

A Microsoft, por sua vez, alegou que está comprometida em garantir a inovação na internet e que a retirada da oferta de compra iria possibilitar que o Google tomasse uma posição ainda mais dominante na internet que a atual.

O presidente do conselho da companhia, Bill Gates, já reiterou que a Microsoft planeja investir pesadamente em buscas na Web para concorrer com o Google, mesmo que não consiga adquirir o Yahoo.

Gates, que chamou a oferta de sua empresa pelo Yahoo como “muito justa”, disse em evento no último dia 18 que o Google era a única empresa com “massa crítica” nas buscas on-line. A Microsoft precisaria ampliar sua participação nesse mercado, caso tivesse intenção de criar um negócio de busca na web mais competitivo e lucrativo.

"Podemos arcar com os grandes investimentos em engenharia e marketing que precisam ser feitos. E o faremos com ou sem o Yahoo", disse Gates em entrevista à agência de notícias Reuters.

Rejeição
O Yahoo, por sua vez, mantém a posição de rejeitar a oferta de compra feita pela Microsoft. Logo após o início das negociações, o fundador e executivo-chefe da companhia, Jerry Yang, enviou cartas aos acionistas da empresa detalhando o porquê da decisão de rejeitar a proposta.

Segundo Yang, a oferta de US$ 45 bilhões teria sido muito baixa porque “existe uma enorme janela de oportunidade no mercado global – e nós estamos bem posicionados para aproveitá-la”. De acordo com reportagem publicada no jornal “New York Times”, o executivo disse que projeções apontam para um crescimento no mercado de publicidade on-line, que passaria dos US$ 45 bilhões registrados no ano passado para US$ 75 bilhões em 2010.

“Estamos nos movendo rapidamente para aproveitar essa janela de mercado para aumentar nossa participação e aumentar o valor de nossas ações”, escreveu Yang.

A matéria do “New York Times” revela que o executivo listou aqueles que considera os pontos fortes do Yahoo. Entre eles estão a marca da companhia, reconhecida mundialmente; os cerca de 500 milhões de usuários mensais de seus serviços; sua forte posição no mercado de propagando on-line e a lista de parcerias com empresas como eBay, Comcast e cerca de 600 jornais.


http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL309998-6174,00.html

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