21.5.08

Crimes virtuais geram mais dinheiro do que o narcotráfico, diz PF

O narcotráfico é uma das atividades ilícitas mais violentas e que também dão mais dinheiro em todo o mundo. Mas uma outra modalidade criminosa está gerando quantias maiores sem que o criminoso precise usar fuzis e granadas: o crime cibernético.

A informação é do perito da Polícia Federal e presidente da Associação Brasileira de Especialistas em Alta Tecnologia (Abeat), Paulo Quintiliano, com base em informações do Banco Mundial.

Sem especificar os lucros gerados pelos dois tipos de crimes, Quintiliano explicou que as principais vítimas dos “assaltantes virtuais” são as instituições financeiras, que perdem milhões de dólares todos os anos.

“Os hackers acabam atacando as instituições financeiras através do elo mais fraco da corrente, que são os correntistas, pegando as senhas bancárias durante uma transação online. Não existe um sistema de segurança 100% seguro”, disse.

Quintiliano esteve presente na manhã desta terça-feira (20) no Centro do Rio para participar da coletiva sobre o 5º Congresso Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos (ICCyber 2008), que será realizado em setembro.

Golpe pode envolver vários continentes

Para conseguir roubar grandes quantias sem serem localizados, os hackers muitas vezes utilizam provedores de vários países para dificultar o rastreamento das transações, segundo explicou o perito da PF.

“Por exemplo, um hacker dos Estados Unidos manda um e-mail para um brasileiro indicando um falso site, que está hospedado em um provedor da China. Se o brasileiro acessar o site, poderá ter suas informações roubadas, que podem ser enviadas para um provedor da Europa. Como envolve vários países, fica difícil promovermos uma investigação. Teria que envolver a polícia de vários países”, disse.

Uma outra grande dificuldade encontrada pela polícia federal para prender estes criminosos é a falta de legislação aqui no Brasil. “Se uma pessoa apenas invadir um computador, sem causar nenhum tipo de dano, ela não pode ser presa porque não existe lei que condene este invasor”, disse.

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL487856-5606,00.html

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