15.6.08

Viciados em games não são nerds tímidos

Jogar games em excesso faz mal à saúde, mas isso não significa que o praticante seja um nerd solitário, diz pesquisa.

O estudo, conduzido por Daniel Loton, aluno de pós-graduação em psicologia, afirma que a capacidade de interação social do praticante não sai necessariamente prejudicada. Cerca de 15 por cento dos 621 adultos pesquisados enfrentavam "problemas com os jogos", aos quais dedicavam mais de 50 horas semanais.

Mas apenas um por cento desses jogadores pareceu ter baixa capacidade de interação social, especialmente timidez, disse Loton, o que contraria o estereótipo de que os adeptos do videogame tendem a ser solitários, nerds e viciados em jogos como esses porque são incapazes de conduzir uma vida social.

"Nossas constatações sugerem fortemente que os videogames não causam problemas no relacionamento social, e que não são problemas de relacionamento social que conduzem as pessoas aos videogames", disse Loton, da Victoria University, à Reuters.

"O mais importante é perceber que mesmo os jogadores que enfrentam problemas não exibem sinais significativos de baixa capacidade social ou baixa auto-estima", disse ele.

Loton afirmou que as características que podem definir um jogador-problema incluem uma preocupação intrusiva com videogames --ou seja, a quantidade de tempo dedicado aos jogos afeta seu trabalho, suas horas de sono ou seus relacionamentos mais íntimos-- e a incapacidade de deixar o jogo de lado.

Os jogadores com problemas também têm mais chance de se envolverem em jogos online de role playing para múltiplos jogadores (MMPORGs), como os clássicos do gênero "Ultima Online" ou "World of Warcraft", que contam com 10 milhões de usuários em todo o mundo.

Loton, que admite que sempre jogou videogames, dedicou os dois últimos anos ao estudo, que toma por base principalmente australianos.

"Minha análise demonstrou uma correlação baixa, ou seja, que menos de cinco por cento da variação nos resultados de entrevistas com jogadores com problemas é explicada por baixa capacidade social", diz ele.

http://info.abril.com.br/aberto/infonews/062008/12062008-7.shl

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