O caso é investigado por autoridades alemãs desde 2006 e, esta semana, o principal acusado foi levado a julgamento.
Reinhard Siekaczek, 57 anos, dirigia a divisão de telecomunicações da empresa e foi acusado por promotores alemães de criar uma espécie de caixa 2 dentro da companhia e usar o dinheiro para pagar propinas.
Os recursos, não declarados, seriam usados para fazer a Siemens vencer contratos com empresas públicas e privadas, obter acordos vantajosos com líderes sindicais ou escapar de multas governamentais nos países onde atua.
Investigado, Siekaczek confessou ter criado o caixa 2 e ordenado o pagamento de subornos. Para escapar de uma punição mais severa, o ex-diretor forneceu documentos à Justiça alemã revelando uma lista de mais de 300 pessoas acusadas de receber propina. Siekaczek também foi acusado de beneficiar-se do caixa 2, desfalcando a companhia onde trabalhava em 50 milhões de euros (algo em torno de R$ 130 milhões).
Os promotores do caso acusaram a Siemens de movimentar cerca de 1,3 bilhão de euros no caixa 2 (cerca de R$ 3,38 bilhões) em 40 países onde atua.
Por ter colaborado com as investigações, Siekaczek foi multado em 108 mil euros (equivalente a R$280 mil) e cumprirá dois anos de prisão em regime condicional, o que lhe permitirá ficar em casa a maior parte do tempo.
Negócios - O escândalo vem prejudicando o desempenho das ações da Siemens pelo mundo e dificultando que a empresa obtenha novos contratos. O atual CEO da companhia, Peter Loescher, planeja cortar até 16,7 mil empregos no próximo semestre como forma de baixar os custos da empresa e torná-la mais competitiva.
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/072008/29072008-7.shl
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