2.9.08

Britânicos criam 'pirulito eletrônico' que simula efeito de drogas



Uma empresa inglesa promete lançar nos próximos dias um aparelho que provoca no cérebro efeitos parecidos com o das drogas. Batizado de Eye Candy, o produto se assemelha a um pirulito, e funciona ligado à porta USB do computador.

De acordo com os criadores, o Eye Candy transmite estímulos elétricos para a língua. Por meio de um conceito chamado de 'substituição sensorial', ao chegarem ao cérebro os estímulos não-visuais aplicados na língua se transformariam em imagens e outras sensações.

O comprador pode escolher entre seis tipos de 'drogas eletrônicas', cada uma prometendo um efeito diferente, como relaxamento, meditação e aumento da sociabilidade.

Em 2007, um programa que prometia simular o efeito de drogas por meio de sons ganhou popularidade na internet. Na página i-Doser, os internautas encontram batidas musicais que prometem causar essas sensações -- é possível ouvir uma amostra grátis no site, além de baixar os arquivos pagos ou comprar CDs.

Segundo a página, a simulação dos efeitos da maconha, da cocaína e do ópio acontecem porque as batidas sincronizam as ondas cerebrais para os usuários sentirem-se eufóricos, sedados ou para terem alucinações.

Risco

“É possível que esses sons façam o que prometem. Sabemos que há uma série de estímulos que alteram o mecanismo cerebral, como acontece com a hipnose. Mas ainda é cedo para sabermos as conseqüências desse tipo de experiência na internet, já que é algo muito novo”, afirmou Dartiu Xavier da Silveira, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) especializado no tratamento de dependências.

Pelo fato de os efeitos serem desconhecidos, Silveira não é um entusiasta desse tipo de simulador que, segundo ele, pode viciar. “É uma alternativa menos lesiva que a droga química, mas definitivamente não é benéfica, porque manipula a consciência do usuário”, afirma, lembrando das mensagens subliminares. “É possível que esses programas comecem a passar mensagens para os internautas, sem que eles se dêem conta disso.”

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