O achado foi dos pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, que batizaram o inóspito planeta de HD 80606b. Antes dele, nunca havia sido encontrado um planeta fora do sistema solar com mudança de clima.
Observado por meio do telescópio Spitzer, da NASA, o HD 80606b está a 190 anos-luz da Terra, na constelação de Ursa Maior, e tem massa quatro vezes maior que Júpiter, o maior planeta do sistema solar.
O descobrimento do planeta foi capa da revista Nature de ontem (29). De acordo com a equipe de astrônomos liderada por Gregory Laughlin, o objeto de estudo tem a órbita mais excêntrica já estudada.
A distância do planeta para sua estrela-mãe é de 130 milhões de quilômetros (85% da distância da Terra ao Sol). Porém, uma vez a cada 111 dias, em seu periastro, ele chega a 5 milhões de quilômetros dela (10 vezes mais próximo que a distância de Mercúrio ao Sol), o que o expõe a uma radiação 800 vezes maior.
É neste período que o planeta atinge a temperatura máxima de 1227º C, e cria ondas de choque em sua superfície. O mais interessante, segundo os pesquisadores, é que ele gira de modo que sempre o mesmo lado fica apontado para a estrela-mãe, ou seja, enquanto um lado está “incandescente”, o outro permanece mais frio.
Dia 13 de fevereiro, há 15% de possibilidade do planeta passar a frente de sua estrela, o que permitirá que seja observado até mesmo por telescópios de astrônomos amadores na Terra.
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