30.1.09

O futuro da web, segundo seu criador

Tim Berners-Lee, o criador da web, na Campus Party 2009:  /
Em coletiva para jornalistas no segundo dia de Campus Party, Tim Berners-Lee falou sobre a importância das plataformas abertas na nova web.

Para seu criador, a Web 2.0 se torna frustrante se considerar que nem todas as informações podem ser usadas onde quiser, isto é, transferidas de um lado para outro, pois corporações inseridas no mundo virtual não facilitam o tráfego de seus dados.

“Se as plataformas estiverem abertas, programadores podem desenvolver ferramentas novas, o que significa muito mais interatividade. A Web 3.0 fará com que as empresas não sejam donas dos meus dados”, falou o inglês.

Ainda sobre o fornecimento de dados pessoais, ele diz que é difícil estipular um volume de informações que uma pessoa deve passar na web. “No futuro próximo, talvez, os padrões mudem. Eu costumo encorajar os dados linkados. Desta maneira, será mais fácil obter dados brutos, o que facilitaria a ação de empresas e governos”.

Adaptando o empirismo da tábula rasa para os computadores, o pai da web citou o poder da nova geração insurgida na rede: “A internet é como se fosse uma tela em branco. Os jovens farão coisas que jamais sonhei em fazer”.

A importância dos celulares na inclusão digital

“A internet deve funcionar com diferentes dispositivos. Teremos coisas fascinantes como internet em celulares nas áreas rurais. Temos que pensar um modo de incluir o máximo possível. A mesma pessoa deve acessar a web de casa e nas ruas”, disse.

O inglês também acredita que haja a necessidade de ensinar outros aspectos da rede a toda a nova geração. “Existe uma ciência que estuda a web, a ‘Web Science’, e eu encorajo as universidades a adotarem esta matéria, a fim de ensinar aspectos físicos e sociais que envolvem a internet”.

Censura e crimes na web

Segundo palavras de Tim Berners Lee, a internet precisa de neutralidade, ninguém deve monitorar ou bloquear o que o usuário deve ver, mas isso envolve diplomacia e algumas barreiras sócio-geográficas. “O acesso depende da política nacional. Pessoas deveriam estar livres para escolher. Nos Estados Unidos, por exemplo, nós podemos optar pelos servidores de fibra ótica. Eu gosto do lugar que incentiva a competição entre as empresas, e em que eu possa escolher qual a melhor para usar”.

Sobre os conteúdos indevidos e crimes como pedofilia na web, o criador diz: “O que existe na rede é humanidade. A internet é uma poderosa ferramenta de comunicação que pode ser usada para o bem e para o mal. Acredito que quando as pessoas se juntam para realizar algo na web, as coisas boas são maioria. Mas, precisamos de muitos esforços para combater as coisas erradas que fazem parte do meio”.

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