30.1.09

Pesquisa no Google ajuda a salvar o planeta

Como diriam Steve Jobs e Mark Twain, as notícias sobre o impacto do Google no meio ambiente foram muito exageradas. Acredite: fazer buscas pelo serviço só ajuda a preservar o planeta, não o contrário. O alerta disparado no início da semana – que afirmava que cada pesquisa queima 7 gramas de dióxido de carbono, equivalentes a metade da energia necessária para ferver água em uma chaleira – só serviu para projetar na mídia o pesquisador da Universidade Harvard Alex Wissner-Gross, que – incrível! – tem uma empresa chamada... CO2Stats. Era o que ele queria.

Mas os dados não faziam sentido, e o nosso amigo começou a receber olhares de reprovação da comunidade científica. Ele então recorreu a um expediente muito comum para livrar a sua barra. Culpou a imprensa, mais especificamente o jornal The Times, que publicou a reportagem com os dados no dia 11. “Eu jamais disse isso”, alegou. As informações não estão mesmo entre aspas. É certo, no entanto, que ele levou os autores do texto a chegarem a essa conclusão.

O Google respondeu ao questionamento em seu blog oficial e afirmou que cada busca queima 0,2 grama de CO2. Mas o fato é que, ainda que o impacto fosse bem maior, a questão passa muito longe dessa medição. Quando fazemos uma pesquisa no Google, estamos economizando nas emissões de carbono. Basta pensarmos na energia gasta, por exemplo, por um grupo de alunos que precisava fazer pesquisas para um trabalho do ensino fundamental nos remotos anos 80.

Primeiro, você ligava para os seus amigos para saber o que eles conheciam do tema e combinar como fariam a atividade. Demorava no mínimo de 5 a 10 minutos falando com cada um, torrando energia elétrica, por tabela, da companhia telefônica. Depois, o pessoal combinava de se encontrar em uma biblioteca. E o pessoal todo gastava mais de um punhado de gramas de carbono durante o transporte (na ida e na volta), com o uso da infra-estrutura do prédio e com um monte de fotocópias. Dá pra comparar com a energia que o pessoal gasta hoje para pesquisar online? Claro que não.

Outro ponto favorável para o Google está na precisão dos seus resultados, o que diminui a necessidade de se refazer uma pesquisa inúmeras vezes – e, claro, poupa emissões. Fora que o pesquisador de Harvard não considerou que os computadores de todo o planeta não são turbinados apenas por energia termoelétrica. Existem as hidrelétricas e as usinas nucleares, cujo reflexo ambiental é bem diferente. Claro que a vida no século 21 exige um gasto energético cada vez maior e tudo que fazemos tem um impacto: até nossa respiração. Mas deixar de fazer pesquisas na web para salvar o planeta beira a insanidade.

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