31.1.09

Satélite da Amazônia deixou de funcionar

O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou, ontem (28/01), que o satélite CBERS-2 parou de operar e não monitora mais a região amazônica.

Elaborado em parceria com cientistas chineses, o satélite foi lançado em 21 de outubro de 2003, em Taiyuan, na China, com expectativa de vida de útil dois anos.

Superando as perspectivas dos seus desenvolvedores, porém, foram mais de cinco anos de monitoramento de meio ambiente, bem como avaliações de áreas agrícolas e desmatamentos. De acordo com o INPE, o satélite produziu mais de 175 mil imagens.

O CBERS-2 era um dos dois satélites vigilantes da Amazônia. Agora, o satélite CBERS-2B, lançado em setembro de 2007, permanece sozinho na função, mas deve ganhar outros dois companheiros, que estão sendo construídos para 2011 e 2014. Ambos darão continuidade ao Programa CBERS (China-Brazil Earth Resouces Satellite, ou Satélite de Pesquisas da Terra China-Brasil), iniciado há 20 anos.

O diferencial do projeto sino-brasileiro é a disponibilização das imagens captadas, gratuitamente, na internet. Desde junho de 2004, as imagens ficam hospedadas no site: http://www.obt.inpe.br/catalogo.

No total do projeto, foram investidos cerca de US$ 350 milhões pelos dois países. Em 1988, quando o acordo entre as nações foi firmado, 70% do custo do programa caberia à China e 30%, ao Brasil. Contudo, no ano de 2002, durante o acordo para a continuação do programa, com a construção dos CBERS-3 e 4, a nova divisão prevê a divisão financeira e técnica de 50% para cada país.

A dura ‘velhice’ do satélite

Considerado o satélite responsável por tornar o Brasil o maior distribuidor de imagens orbitais do mundo, o CBERS 2 possuía três câmeras: uma de alta resolução (CCD), uma imageadora de largo campo de visada (WFI) e outro imageador por varredura no infra-vermelho (IRMSS)

Em abril de 2005, a peça orbital passou a operar apenas com uma delas, a CCD, devido a uma falha detectada em uma de suas baterias. A medida serviu para poupar energia e deixar vigente a mais importante câmera, capaz de reproduzir uma faixa de 113 km de largura com resolução de 20 metros.

Para os futuros satélites CBERS 3 e 4, a evolução contará com imageadores e estrutura do satélite mais sofisticados- serão quatro câmeras com desempenhos geométricos e radiométricos melhorados. O Brasil está investindo cerca de US$ 150 milhões nas duas construções.

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