O Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), ligado ao Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, está instalando um sistema de produção de energia elétrica e iluminação no aterro sanitário Essencis, em Caieiras, que fica a 35 km de São Paulo.
O aterro é o maior da América Latina e, por hora, produz cerca de 10.000 m³ de biogás – mistura de vários gases (principalmente metano e dióxido de carbono) liberados na degradação de matéria orgânica. Dessa quantia, 300m³ serão reaproveitados pelo projeto do Cenbio.
O projeto foi iniciado há três anos e conta com financiamento do Ministério de Minas e Energia. O Cenbio já tinha experiência anterior com pesquisas de geração de energia a partir do biogás proveniente do tratamento de esgotos e, em 2006, os pesquisadores resolveram ampliar os estudos para o lixo de aterro.
A proposta do projeto é verificar o possível retorno financeiro e os impactos socioambientais do processo. Além de tornar os aterros autossuficientes, é possível gerar energia extra para a venda, segundo os pesquisadores.
O Essencis começará a produzir energia elétrica em dois meses e o sistema de iluminação alimentado pela energia gerada entra em vigor um mês depois. Segundo os responsáveis pelo projeto, a energia gerada em Caieiras será mais barata que em outros aterros, por usar tecnologia nacional.
Quatro aterros sanitários brasileiros atualmente geram energia elétrica a partir do biogás. O Projeto Vega, em Salvador, usa tecnologia nacional e os outros três - São João e Bandeirantes, em São Paulo; e Nova Gerar, no Rio de Janeiro - têm sistema gerador importado.
De acordo com o IBGE, são coletadas diariamente cerca de 240 mil toneladas de lixo no Brasil.
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